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18ª MOSTRA REGIONAL DE PRÁTICAS EM PSICOLOGIA CELEBRA 20 ANOS DO CÓDIGO DE ÉTICA COM DEBATES E APRESENTAÇÃO CULTURAL


Data de Publicação: 14 de agosto de 2025


A noite de abertura da 18ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia, realizada pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ), marcou a celebração dos 20 anos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. O evento, que aconteceu na Universidade Estácio de Sá, campus Maracanã, reuniu centenas de psicólogas(os) e estudantes para uma noite de debates, reflexões e apresentações artísticas que reafirmaram o compromisso da Psicologia com os Direitos Humanos e a transformação social.

Com quase 3.200 pessoas inscritas e 748 trabalhos submetidos de 57 cidades do estado, a mostra se consolidou como um dos maiores eventos da psicologia brasileira, mesmo com seu foco regional. A noite de abertura deu o tom do que serão os próximos dias: um espaço potente de encontro, troca e fortalecimento da categoria.

A transmissão completa do evento está disponível no canal oficial do CRP-RJ no YouTube @realCRPRJ.


Mesa de Abertura Institucional

A mesa de abertura contou com a participação de Mykaella Moreira dos Anjos, da Comissão de eventos do CRP-RJ, Cristiane Guimarães de Paula (CRP 05/13065), coordenadora do curso de Psicologia da Estácio Maracanã, Céu Cavalcanti (CRP 05/57816), conselheira presidenta do CRP-RJ e Alessandra Santos de Almeida (CRP 03/003642), conselheira presidenta do Conselho Federal de Psicologia CFP. A discussão celebrou os 20 anos do Código de Ética, contextualizando sua importância histórica e os desafios atuais da profissão.

A mediação foi conduzida por Mykaella, que reforçou a importância do evento como um espaço de construção coletiva. Ela destacou o marco dos 20 anos do Código de Ética como uma reafirmação dos compromissos que sustentam a prática psi e ressaltou que a Mostra é um espaço fundamental para que psicólogas(os) e estudantes possam disputar os rumos da Psicologia.

Cristiane Guimarães, deu as boas-vindas ao público, expressando a honra de sediar um evento de tal magnitude. Em sua fala, ela sublinhou como a Mostra revela a potência da Psicologia e a importância de fortalecer a articulação entre o Conselho, as(os) profissionais e a academia para a profissão continuar a crescer e a se mobilizar em torno de pautas sociais.

A Conselheira Alessandra Almeida falou sobre a celebração dos 20 anos do Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o), contextualizando o documento não apenas como um conjunto de normas técnicas, mas como a expressão de um profundo compromisso ético-político da categoria com a sociedade brasileira. Para a presidenta do CFP, o Código de Ética funciona como uma "bússola para a Psicologia", orientando a profissão a se posicionar contra o racismo, o sexismo, a LGBTfobia e o capacitismo. Ela destacou que o documento é fruto de uma construção coletiva, que ouviu a categoria, os movimentos sociais e a sociedade civil, resultando em um pacto para que a psicologia atue não apenas em consultórios, mas nas escolas, comunidades e políticas públicas.


Encerrando a mesa, a presidenta do CRP-RJ, Céu Cavalcanti, marcou sua fala com agradecimentos à equipe organizadora, a parceria com a instituição e as pessoas que participaram apresentando trabalhos e como ouvintes. Ela contextualizou a Mostra fazendo uma balanço de sua gestão e celebrando conquistas.

Apresentação Cultural

Antecedendo a mesa de abertura, a 18ª Mostra contou com uma vibrante apresentação artística dos rappers ML e Biscuí. A dupla trouxe canções e poesias que mesclaram a linguagem do hip-hop com temas centrais para a Psicologia social e política, como a importância do SUS, a luta antirracista ("Marielle Vive"), a realidade das periferias e o poder transformador da arte.

Com letras que abordam diferentes temas, os artistas emocionaram e engajaram o público. Entre as músicas, dialogaram com a plateia sobre seus projetos, como a "Kaza Encantada" e o centro de convivência "Trilhos do Engenho", destacando a importância de espaços como o "slam" e a cultura de rua como ferramentas de cuidado, expressão e resistência. A apresentação reafirmou a mensagem central da noite: por uma Psicologia que se faz no encontro, no território e na luta.


Mesa de Abertura

A mesa de abertura institucional foi um momento de profunda reflexão sobre a trajetória e os desafios da Psicologia no Brasil. Com mediação de Micael Jayme Casarin Castagna (CRP 05/55269), conselheiro presidente da COE - Comissão de Orientação e Ética, a mesa contou com as participações de Zarlete da Silva Faria (CRP 05/15377), supervisora técnica da COF do CRP-RJ, Késia Rodrigues (CRP 04/57022), Psicóloga, psicanalista e especialista em Saúde mental: política, clínica e práxis e que tem sido importante nome na discussão sobre racialidades e psicopatologização da vida e, por meio de um vídeo, Cecília Coimbra (CRP 05/1780), psicóloga, fundadora do Grupo Tortura Nunca Mais e militante em defesa dos direitos humanos. Foi parte do Sistema Conselhos de Psicologia em diversos Plenários. A discussão celebrou os 20 anos do Código de Ética, contextualizando sua importância histórica e os desafios atuais da profissão.

Cecília Coimbra, em sua fala, contextualizou o surgimento da Psicologia moderna no Brasil durante o período da ditadura militar. Ela criticou o engajamento de uma Psicologia que, na época, era histórica e desconectada da realidade social, apontando como empresários, nacionais e estrangeiros, financiaram a tortura. Cecília também relembrou como o sofrimento das vítimas era tratado como "delírio", ilustrando como a Psicologia foi instrumentalizada para silenciar a resistência e ignorar o terror de Estado.

Zarlete Farias, funcionária do CRP-RJ há 30 anos e testemunha da construção do Código de Ética da(o) profissional de Psicologia, trouxe uma perspectiva prática e crítica. Ela alertou sobre os riscos da padronização e da perda da autonomia crítica da(o) psicóloga(o) diante de "kits prontos", modelos pré-fabricados e da sedução da inteligência artificial. Para Zarlete, a palavra-chave do código é problematizar. "A responsabilidade vai estar na nossa mão", afirmou, destacando que a liberdade profissional concedida pelo código vem acompanhada de uma imensa responsabilidade.

Késia Rodrigues conectou o debate histórico com os desafios contemporâneos, especialmente no contexto das redes sociais e do avanço de pautas conservadoras. Ela criticou o clamor por uma Psicologia "apolítica" ou "neutra", argumentando que essa postura ignora as violências estruturais que enlouquecem as populações, especialmente a negra e a pobre. Ela concluiu afirmando que a liberdade é uma luta constante e que a Psicologia deve se posicionar ativamente contra as opressões.

A mesa, em seu conjunto, construiu uma poderosa narrativa sobre a necessidade de uma Psicologia consciente de seu passado, crítica em seu presente e engajada na construção de um futuro onde a liberdade e a dignidade sejam, de fato, para todas as pessoas.

A mesa institucional, bem como apresentação cultura e mesa de abertura podem ser assistidas pelo link https://www.youtube.com/live/ExAFhIjItm0?si=CxB210RfWOBzv866

Confira outras informações sobre a 18ª Mostra acessando crprj.org.br



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