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NOTA DE POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO AOS CASOS DE RACISMO NO SUL FLUMINENSE
Data de Publicação: 8 de maio de 2025
NOTA DE POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO AOS CASOS DE RACISMO NO SUL FLUMINENSE
O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, através da Comissão Gestora da Subsede Sul Fluminense (Volta Redonda) vem se posicionar em relação aos diversos casos de racismo sendo relatados na região.
É preciso considerar primeiramente que esta região é historicamente marcada pelo estigma do período colonial onde nas suas diversas fazendas chegou-se a produzir a maior parte do café consumido no mundo, mas este feito era apoiado sobre corpos negros escravizados, que eram vítimas do trabalho forçado, de torturas constantes, do afastamento forçado de sua terra e da proibição de sua cultura.
Estima-se que no Sul Fluminense houve uma das maiores incidências de tráfico humano no mundo até hoje. Isso porque, mesmo com a comercialização de pessoas já sendo proibida, nossa região continuava a trazer seres humanos sequestrados do outro lado do oceano de forma clandestina para o trabalho forçado nas fazendas de café.
É ainda mais grave e sintomático que dois desses casos tenham sido relatados em instituições de ensino, um deles vitimando uma professora, denotando a urgência da discussão sobre o assunto, tendo em vista que toda formação precisa ter por orientação basal a ética e a garantia dos direitos humanos.
O Sistema Conselhos de Psicologia por meio de seu Código de Ética (Resolução 10/2005) orienta à categoria através de seu princípio fundamental II que: “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. A categoria ainda conta com a resolução 018/2002 que versa especificamente sobre relações raciais na Psicologia.
O CRP-RJ também conta com uma Comissão Especial de Psicologia e Relações Étnico Raciais que incentiva a categoria a discutir as intersecções entre Psicologia e raça.
Portanto, não se faz Psicologia sem apoio incondicional aos direitos humanos, ao combate ao racismo e qualquer outra forma de violência.
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