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PRÉ-MOSTRA REGIONAL DE PRÁTICAS EM PSICOLOGIA DO CRP-RJ: EVENTO FOI REALIZADO EM NITERÓI, NA REGIÃO LESTE FLUMINENSE, NO DIA 7 DE JUNHO
Data de Publicação: 26 de junho de 2025
No dia 7 de junho, o Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) promoveu a “Pré-Mostra Regional de Práticas em Psicologia do CRP-RJ” na universidade Unilasalle, em Niterói, região Leste Fluminense do estado.
Durante o encontro, foram discutidas as habilidades e competências desenvolvidas no grupo de extensão em Avaliação Neuropsicológica, a cartilha "Orientações básicas em emergências e desastres - Volume 2: Luto" e as competências clínicas e éticas necessárias para lidar com questões religiosas.
A 18ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia, marcada para 23, 24 e 25 de julho na cidade do Rio de Janeiro, também esteve em destaque.
A transmissão do evento está disponível no canal oficial do CRP-RJ no YouTube @realCRPRJ. Confira!
Mesa de Abertura Institucional
Estiveram presentes na mesa inaugural do evento a psicóloga Agnes Cristina da Silva Pala (CRP 05/32409), conselheira e coordenadora da Comissão Gestora do Leste Fluminense, da Comissão de Formação e Liberdade de Cátedra e da Comissão Intergestora de Regionalização e Descentralização do CRP-RJ, Andrea Goldani Pinheiro (CRP 05/16217), mestre em neurociências e comportamento pela USP, neuropsicóloga e psicóloga clínica, coordenadora e professora de Psicologia pela Unilasalle/RJ e, por meio de vídeo, Francyne dos Santos Andrade (CRP 05/55825), conselheira Tesoureira do CRP-RJ.
Francyne Andrade saudou as psicólogas(os) e estudantes e comemorou a aposta do Conselho na integralização e aproximação com a categoria no interior do estado. Ela também destacou a importância do evento para trocas de experiências e conhecimentos das práticas regionais. Andrade explicou que as Pré-Mostras servem como uma preparação para a Mostra de Práticas em Psicologia, que nesta edição celebra os 20 anos do Código de Ética do CRP-RJ, uma resolução transformadora para a Psicologia brasileira.
A conselheira Agnes Pala ressaltou a importância da Pré-Mostra ter sido realizada mais uma vez em Niterói. Segundo ela, a regionalização busca prestigiar profissionais e estudantes de Psicologia que atuam fora da capital. E, assim como Francyne, Pala também incentivou as(os) participantes a aproveitarem o momento de troca e a se prepararem para a 18ª Mostra do CRP-RJ.
Andrea Pinheiro celebrou a realização do evento no local, alegrada pela participação das(os) alunas(os) e pela apresentação dos trabalhos. Ela comentou a importância das trocas, reflexões e aprendizados além das aulas, pois são fundamentais para a formação das(os) estudantes. Pinheiro mencionou a coincidência do evento em comemorar, ao mesmo tempo, os 20 anos do Código de Ética do Conselho Regional de Psicologia e a formação da primeira turma de Psicologia da Unilasalle.
Mesa 1: Assuntos contemporâneos da prática clínica
Na ocasião, participaram da mesa a psicóloga Andrea Goldani Pinheiro, que esteve presente na mesa de abertura, Victoria Gutiérrez (CRP 05/20157) conselheira, especialista em usuários de álcool e drogas, coordenadora do Eixo de Políticas sobre Álcool e outras Drogas e de Maconha e Psicodélicos do CRP-RJ e Héder Bello (CRP 05/51594), mestre e doutorando pelo Instituto de Psicologia (UFRJ), Colaborador do Eixo de Laicidade do CRP-RJ. A mediação foi realizada por Agnes Cristina da Silva Pala.
Agnes Pala explicou que os temas do evento foram baseados na consulta pública de 2023, feita pela Comissão Intergestora de Regionalização e Descentralização - CIRD, onde a categoria solicitou debates sobre práticas clínicas. Ela ponderou que a seleção dos tópicos buscou contemplar tanto a prática clinica particular no contexto particular quanto no público.
Para discutir as habilidades e competências no grupo de extensão em Avaliação Neuropsicológica, Andréia Pinheiro abordou a relevância dos estudos do cérebro para a Psicologia. Ela também citou a complexidade das avaliações, que vão além das aplicações de testes, e destacou a necessidade de saber ouvir e observar a(o) paciente, focando no bem-estar da pessoa.
Pinheiro apontou o debate sobre as diferenças entre sofrimento psíquico e transtorno mental, alertando também para a banalização de diagnósticos como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Segundo ela, o grupo segue as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), utilizando instrumentos validados e avaliações em dupla, com foco na análise qualitativa.
Vitória Gutierrez ressaltou a importância de não patologizar o luto, pois nem todo sofrimento configura transtorno e não há duração determinada para o processo de luto. Ela apresentou a cartilha do CRP-RJ, que pode ser lida em publicações no site crprj.org.br, visando orientar profissionais na atuação em situações como emergências e desastres, discutindo a universalidade do luto, que se manifesta de diversas formas, incluindo perdas físicas, emocionais, de identidade e de segurança.
Gutierrez também requisitou a atuação ética e respeitosa das(os) psicólogas(os), e a atenção com a laicidade para não ocorrer imposições de crenças pessoais. Ela reforçou que a(o) profissional deve atuar apenas em áreas para as quais está preparada(o) e que o atendimento psicológico em emergências e desastres deve ser presencial, não online.
Apresentação Cultural ocorreu no intervalo da Mesa.
Igor Pontes Santos, ator, cantor, bailarino, e estudante de Psicologia da Unilasalle, apresentou o monólogo “Quem acorda? Quem sonha?".
Igor Santos contou que a atuação foi concebida para a semana antimanicomial e inspirada em Nise da Silveira. Ele explicou que ela busca levantar uma dúvida no público, com mensagens subliminares e questionamentos sobre a percepção da realidade e a continuidade da luta antimanicomial.
Santos também revelou que a apresentação aborda a situação de um personagem expulso do trabalho e da rua, levantando a questão se ele está bem ou se tudo é um sonho.
Para finalizar a Mesa, Héder Bello falou sobre as competências clínicas e éticas na Psicologia, nas quais a Psicologia brasileira precisa oferecer um espaço de escuta laico, mesmo diante da forte presença religiosa no país. Ele relembrou que a colonização no Brasil ocorreu por meio da catequização que influenciam ainda hoje debates políticos e sociais, como os direitos da população LGBTQIA+ e o aborto.
De acordo com Bello, a Psicologia não deve ser capturada por ideologias religiosas, criticando a ideia de "psicólogo cristão" e alertando para os perigos do fundamentalismo religioso, que pode gerar sofrimento psíquico e até desfechos trágicos, como o suicídio em casos de “cura gay". Ele defendeu que a(o) profissional deve construir um ambiente onde a(o) paciente possa ser autêntica(o), reconhecendo a multiplicidade da subjetividade humana e desconstruindo narrativas que limitam a existência individual.
Após a mesa temática, as(os) participantes se encaminharam para as salas de aula para apresentações dos trabalhos. Foram 64 trabalhos divididos em 10 salas. A Pré-Mostra Leste Fluminense contou com a presença de 237 participantes credenciados.
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