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PRÉ-MOSTRA REGIONAL DE PRÁTICAS EM PSICOLOGIA DO CRP-RJ: QUARTO EVENTO FOI REALIZADO EM BARRA MANSA, NA REGIÃO SUL FLUMINENSE, NO DIA 10 DE JUNHO
Data de Publicação: 26 de junho de 2025
Seguindo o cronograma de eventos, no dia 10 de junho, o Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) promoveu a “Pré-Mostra Regional de Práticas em Psicologia do CRP-RJ” no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), em Barra Mansa, região Sul Fluminense do estado.
No encontro, foram realizados debates e oficinas sobre temas relevantes para a Psicologia, como as relações étnico raciais, e assistências sociais, emergências e desastres e território.
Acesse a transmissão do evento pelo canal oficial do CRP-RJ no YouTube @realCRPRJ. Confira!
Mesa de Abertura Institucional
As(os) palestrantes pela mesa inicial do encontro foram a psicóloga Viviane S. Martins (CRP 05/32170), conselheira colaboradora da Comissão de Psicologia e Assistência Social, Mônica C. Lugão Moraes (CRP 05/30649), coordenadora do curso de Psicologia da UBM, Tiago da Silva Cabral (CRP 05/39728), coordenador adjunto da Comissão Gestora da Subsede Sul Fluminense do CRP-RJ, e Marcos Aurélio Fragoso, professor da faculdade Estácio na cidade de Resende.
Tiago Cabral relembrou que antes não havia cursos de Psicologia próximos à Barra Mansa, forçando o deslocamento de estudantes para a capital ou cidades mais distantes. Ele também destacou a aproximação do sistema de Conselhos com a região Sul Fluminense, a partir da interiorização e a inauguração da subsede em Volta Redonda. Cabral enalteceu os feitos das instituições de ensino e suas(eus) docentes nos eventos do CRP-RJ. Ele reiterou que a atual Mostra de Práticas, diferente de outras edições, vai permitir inscrição de trabalhos em parceria com outros profissionais, refletindo uma Psicologia integrativa e multidisciplinar, cada vez mais ligada às políticas públicas e ao território.
A coordenadora Mônica Moraes agradeceu a presença de todos e por fazer parte de um evento que visa divulgar a Psicologia regional. Ela ressaltou o comprometimento ético da profissão com o campo social, a produção de bem-estar, as práticas de proteção social e a promoção de cuidados em saúde mental.
Marcos Fragoso comentou a importância da Pré-Mostra, especialmente para mitigar o preconceito contra instituições particulares de ensino superior. Segundo Fragoso, é preciso valorizar a trajetória daqueles que se dedicam à Psicologia, independentemente da instituição de ensino. Ele também detalhou a história da Psicologia local, mencionando a chegada de diversos cursos de graduação, como os da Estácio, UBM, FASF, UGB, Vassouras e Valença.
Viviane Martins exaltou as conquistas do movimento das(os) psicólogas(os) na região, incluindo a luta pela Subsede, e considerou a importância da participação de profissionais e estudantes no projeto da Psicologia. Ela acrescentou que o plenário atual compreendeu a necessidade da regionalização, a fim de levar discussões para territórios e aproximar o Conselho à categoria em todo o estado.
De acordo com Martins, as Pré Mostras surgiram para incentivar a submissão de trabalhos à Mostra de Práticas em Psicologia no Rio de Janeiro. Ela convidou a plateia a apresentarem seus trabalhos no evento central e incentivou as(os) estudantes a se inscreverem na monitoria, que oferta a participação na organização e no debate dos trabalhos.
Oficina 01 - Relações Étnico Raciais
A primeira oficina do evento foi realizada pela Yvanna da Silva Brito (CRP 05/66298), colaboradora da Comissão Especial de Psicologia e Relações Étnico Raciais do CRP-RJ, e Cláudia Ferreira (CRP 05/19503), psicóloga, mestre e doutoranda em políticas públicas e formação humana pela UERJ, integrante da ANPSINEP-RJ e da Comissão Especial de Psicologia e Relações Étnico Raciais do CRP-RJ.
A conselheira Yvanna Brito introduziu a dinâmica, destacando que a intenção era promover a participação ativa do público por meio da exibição do curta-metragem “Corpo Preto”. O vídeo aborda o racismo estrutural presente na medicina. Por meio de situações cotidianas em hospitais, é exibido como pacientes negras(os) frequentemente têm seus sintomas subestimados ou ignorados, levando a atrasos no diagnóstico e tratamentos inadequados.
Cláudia Ferreira convocou a participação da plateia, incentivando a troca de ideias e percepções sobre o vídeo apresentado, para aprofundar a reflexão sobre a experiência de sofrimento e invisibilidade.
Um dos depoimentos apontou a discriminação velada e o descaso na saúde, como o tratamento dispensado a um cantor negro, e destacou a falta de assistência adequada. Outra participante revelou a perda de gestações devido a erro médico e discriminação, experienciando violência obstétrica e racismo contra sua mãe.
Yvanna Brito complementou a discussão, mencionando sua atuação na Comissão de Instrução do CRP-RJ, responsável por analisar processos éticos contra psicólogas(os). Ela observou a frequência de denúncias relacionadas a documentos que contêm discursos violentos.
Brito citou o Artigo 2, linha A, do Código de Ética, que proíbe a prática ou conivência com atos de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Ela defendeu a necessidade de tornar o código mais explícito em certas temáticas, mas ressaltou que o formato atual já fornece um direcionamento claro.
Por fim, Cláudia Ferreira agradeceu a participação e incentivou a reflexão contínua sobre a aplicação do Código de Ética, que pode ser lido na íntegra acessando o site do crprj.org.br, na prática profissional, especialmente no que tange a denúncias de práticas racistas por psicólogas(os). Ela lamentou a pouca quantidade de denúncias existentes e instigou as(os) profissionais a não serem negligentes diante de situações de racismo e discriminação.
Oficina 02 - Assistência Social, Emergências e Desastres e Território
A segunda oficina foi desenvolvida pela psicóloga Viviane S. Martins (CRP 05/32170) com mediação do psicólogo Tiago da Silva Cabral (CRP 05/39728) que participaram da mesa de abertura.
Viviane Martins comentou a atuação da Psicologia na política de assistência social em emergências e desastres, destacando sua experiência de mais de 20 anos no SUAS. Ela elucidou que psicólogas(os) podem atuar tanto na gestão da política quanto na equipe técnica de ponta, prestando atendimento direto à população.
Ela reforçou a necessidade da(o) psicóloga(o) dominar as políticas públicas em que atua, enfatizando sua própria experiência na assistência social. Além disso, reiterou que a formação em oferece ferramentas e conhecimentos aplicáveis ao dia a dia da assistência, incluindo a logística e organização de serviços em situações de desastre.
Por fim, Martins exemplificou a complexidade da atuação da(o) profissional em campo, citando a importância de compreender as motivações das pessoas, como a recusa de uma(m) moradora(or) em deixar sua casa alagada pelo animal de estimação. Ela ressaltou que a deve atuar, mesmo que a psicóloga(o) também seja afetada(o).
Tiago Cabral destacou que, embora o ideal seja a Defesa Civil atuar primeiro em desastres, na prática, é a assistência social ou psicólogas(os) que frequentemente iniciam o acolhimento e os encaminhamentos.
Ao final da mesa, as(os) participantes foram encaminhadas(os) para as salas de aula para apresentações dos trabalhos.
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